31 de mar. de 2010

Kaye Donachie


Clouds are pushing in grey reluctance oil on canvas 41 x 29 cm - 16 1/8 x 11 3/8 inches 2009


I fear this hidden motion oil on canvas 50.8 x 71.1 cm 2007

26 de mar. de 2010

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Ai vai o resultado do trabalho de dois artistas dos quais não conheço nada: Blublu [site bem legal, illustrações piradas] + David Ellis [pixador] . Pixação mais stopmotion na ocupação de um edifício abandonado.



23 de mar. de 2010

3ª. homem no fio

Filmes:
Nessas semanas assisti dois filmes que me trouxerem á cabeça uma mesma questão, o argentino | espanhol "El secreto de tus ojos" [dir. Jua José Campanella] e o americano | inglês "Man on wire" [dir. James Marsh]. Associações imediatas: os dois ganharam um oscar, ou, os dois são uma co-produção colonizado+colonizador; mas isso não importa agora...

A questão que me tocou, e que acho o cerne dos dois filmes, foi a questão da paixão, do sonho, a perseguição sem-fim de uma idéia fixa, aquilo que domina vontade, a razão. É claro que o filme argentino ia encarar o assunto sobre a ótica da "paixão", que ao meu ver tem sempre um sofrimento inerente, e o americano sobre a ótica do "sonho", palavra mais triunfalista. A crise que ficou pegando vem da força com que os personagens nos dois filmes guiam suas ações, sem-fim, quando estão atrás daquilo: paixão ou sonho. Penso que a nossa geração tem uma dificuldade em estabeler, lutar, por uma idéia fixa; me questiono se isso é ruim.

Só para sair brainstorm denso: os dois filmes valem muito a pena. A intensidade com que os personagens do Secreto de tus OjOs se olham é um trabalho de camera x encenação fudido, intenso. A imagem de Philipe Petit voando entre as torres gêmeas é surreal, aquela coisa de flutuar sobre a realidade na sua expressão mais literal!


imagem do filme "Man on wire"


bela sequência do início do filme "El secreto de tus ojos"

17 de mar. de 2010

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Abaixo série do escritório Argentino de diseño gráfico Minga. "Minga"em espanhol é uma expressão difícil de descrever, seria tipo um "o caralho": qualdo alguem te pede "me dá um pedaço da sua goiaba" você responde "o caralho" ou "minga".





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16 de mar. de 2010

2ª. descolagens

Colagens:
Ultimamente pensei bastante nas possibilidades contidas nas "colagens". Pensando na questão das livres associações, das imagens que as coisas criam na cabeça e sobre a leveza que se pode conseguir descolando os fatos da realidade.
Pensei que as colagens podem ser uma espécie de síntese dessas questões: tratam-se de recortes associados, recortes que nada tem a ver até que por algum motivo alguém confronta eles. São recortes da realidade descontextualizados, que fora do papel primeiro eles ganham um outro significado.

Alberto de Pedro e Ana Himes:
Os dois são artistas espanhóis, os dois se dedicam à fotografia e às colagens, e o pouco que conheci deles foi por pura coincidência. O lance de Alberto de Pedro é o suporte: a cidade, as colagens são feitas na rua; outdoors, mas que surgem a partir de recortes. Acho interessante pensar que ele atua sobre a realidade através de recortes que dela mesma, resultando em outros significados que a deslocam do seu lugar.


Gostei das coisas Ana Himes por sua delicadeza. A idéia das livres associações permitem um jogo de criação sem preconceitos executados com uma limpeza incrível. O resultado são coisas do universo das maravilhas.


Roberto Bolaño:
Só para quebrar a linearidade do post. Transcrevo um parágrafo de um conto de Roberto Bolaño, um chileno. Do livro "Llamadas telefónicas", o conto "Clara":

"[...]
De lo que sí me río es de su noche de bodas. El día antes lo habian operado de hemorroides, así que no fue muy lucida, supongo. O tal vez sí. Nunca le pregunté si pudo hacer el amor con su marido. Creo que lo hicieron antes de la operación. En fin, no importa, todos estos detalles me retratan más a mí que a ella.
[...]"
Roberto Bolaño

Pensei que é isso mesmo, a forma de se auto-retratar é mais direta quando você fala das outras coisas, do que quando você fala de você mesmo.


15 de mar. de 2010

Jme



Obra da Pearlfisher em conjunto com o rapaz Jamie Oliver

are you talking to me?


e tem muito mais de onde
veio

QIT

Ok
muitas coisas me tiram o fôlego (asmático que sou posso falar com propriedade) algumas me recobram o mesmo mas existe uma categoria muito especial de coisas que me fazem sorrir. Quatre in toulouse é uma banda francesa de ska, reggae e afins que me resgata de qualquer mal humor. por isso lá vai

9 de mar. de 2010

1ª. Livres associações

Um conto:
Um conto que li óntem,"A rã", de Manoel de Barros, faz parte de um livro que ganhei chamado "Memórias inventadas". É uma publicação esquisita: os contos vem dentro de uma caixa, cada conto numa única folha paisagem dobrada em dois, resultanto numa espécie de sub-livrinho. Na capa deste sub-livrinho o título do conto centralizado e abaixo o número que esse conto representa dentro do conjunto, abre-se o sub-livrinho e se têm na terceira página o conto de geralmente umas 20 linhas, e na segunda página umas iluminuras bonitas da Martha Barros, a filha do autor. Todos os contos empilhados são agrupados por uma outra folha paisagem dobrada que os envolve com o nome do livro, tudo está solto, você pode ler cada conto como se fosse um livro autônomo.

Manoel de Barros é sagitariano. Nesse conjunto de contos ele revisa as coisas do seu cotidiano, no quintal da sua casa, da vendinha, o seu avô, despertanto delas associações, retira informações e transforma os objetos em universos.

"A rã" [conto XI]
O homem estava sentado sobre uma lata na beira de uma garça. O rio Amazonas passavaao lado. Mas eu queria insistir no caso da rã. Não seja este um ensaio sobre o orgulho da rã. Porque me contou aquela uma que ela comandava o rio Amazonas. Falava, em tom sério, que o rio passava nas margens dela. Ora, o que se sabe, pelo bom senso, é que são as rãs que vivem nas margens dos rios. Mas aquela rã contou que estava estabelecida ali desde o começo do mundo. Bem antes do rio fazer leito para passar. E que, portanto, ela tinha a importância de chegar primeiro. Que ela era por todos os motivos primordial. E quem se fez primordial tem o condão das primazias. Portanto era o rio Amazonas que passava por ela . Então, a partir desse raciocínio, ela, a rã, tinha mais importância. Sendo que a importância de uma coisa ou de um ser não á tirada pelo tamanho ou volume do ser, mas pela permanência do ser no lugar. Pela primazia. Por esse viés do primordial é possível dizer então que a pedra é mais importante do que o rio Amazonas. Por esse viés, com certeza, a rã não é uma creatura orgulhosa. Dou federação a ela. Assim como doufederação à garça quem teve um homem sentado na beira dela. As garças têm primazia.

Manoel de Barros

Uma imagem:
Nesses dias pensei que a leveza pode ser conferida aos fatos levantando-los da realidade. Abaixo uma imagem de uma escultura do artista Daniel Graffin, escultura de vento.



3 de mar. de 2010

ERNESTO BERTANI

De algumas exposições que eu vi em Buenos Aires no meu ano novo essa foi a melhor. Eram painéis gigantes em que a tela eram metros de tecidos variados. Sobre eles Ernesto Bertani cria volumetrias de corpos ao mesmo tempo que aproveita a textura e as estampas dos tecidos para as roupas. Um tridimensional incrível, que fez eu me aproximar mais de uma vez para ver se não tinha realmente um botão pregado ali. Nada como uma exposição bacana em lugar interessante que é o Centro Cultural da Recoleta.